22 novembro 2014
CAPÍTULO 3

29 de Novembro

            Ouvi ao longe algum barulho, será possível que nem dormir mais eu posso!? Cubro a cabeça com o travesseiro numa tentativa –falha- de abafar o som, é Meg, essas coisas só acontecem em desenhos animados. Desisto de voltar a dormir e me sento na cama –ainda não enxergando nada- e enfio os meus óculos na cara de qualquer jeito, percebo que o barulho vem do meu criado mudo e trato de ir até lá com o intuito de estourar o que quer que seja que esteja produzindo esse som extremamente irritante ás 7:30 DA MANHÃ! Meu pai eterno minha santa amora azul eu tô atrasada pra ir ao aeroporto!

Meg: MÃE! ESTAMOS ATRASADAS! ACORDEM!! – Saio gritando pela casa como uma barata tonta e encontro meu pai sentado no sofá assistindo desenho animado com meu irmão mais novo. Minha mãe saiu da cozinha com minha roupa passada, fiquei uns cinco minutos estática no meio da sala olhando para todos os lados como uma maluca. Minha mãe me empurrou no banheiro antes que eu pudesse replicar qualquer coisa, debaixo do chuveiro comecei a sentir a garganta fechar de angústia, minha ficha caiu, eu passaria cinco anos longe deles...
            Termino o banho com pressa e corro para o quarto, visto a roupa que minha mãe separou com o choro entalado na garganta, sigo para a mesa da sala e percebo que meus pais estão com os olhos vermelhos, meu irmão está mudo, o que não é normal, já que ele vive para me estressar e não perde nenhuma oportunidade...
Mãe: Não acredito que meu bebê está indo embora.
            Pronto, rompem-se as barreiras, as lágrimas jorram, e toda a angústia explode.
Meg: Mãe não faz isso comigo, eu preciso ir, a senhora sabe.
Mãe: Não, você vai por que quer me abandonar, filha bandoleira.
Meg: Menoos mãe, eu volto no natal do ano que vem...- falo rolando os olhos-
Mãe: Daqui a um ano e um mês, é muito tempo. – Acabo de descobrir de quem eu puxei o lado dramático...-
Meg: Mãe... A senhora me teve ao seu lado por dezesseis anos, um dia os passarinhos saem do ninho sabia? – falo enxugando as lágrimas dela –
Mãe: Mas você não é um pássaro, é uma pessoa.
Meg: Mãe...
Mãe: Ok, vamos logo, antes que eu desista dessa loucura e te tranque no banheiro.
Meg: MÃE!
Mãe: Você não é a única que assiste seriados sabia?
            Minha cara ficou tipo: Ai.meu.deus.criei.um.monstro.
Mãe: Você não vem? – ela falou na porta do meu quarto –
Meg: Estou atrás da senhora mamãe...
Mãe: Por enquanto...


Aeroporto Internacional dos Guararapes – 8:00 A.M.

Mãe M: Não fale com estranhos filha.
Meg: Então eu não vou falar com ninguém mãe! Lembre-se, é um novo país, eu não conheço ninguém!
Mãe M: Mesmo assim, não.fale.com.estranhos – ela falou me dando um olhar mortal.
Meg: Sim senhora.
Mãe M.: E acima de tudo, não se esqueça que nós te amamos, estaremos de braços abertos para você a qualquer momento. Meu Deus como eu vou sentir falta das suas músicas estranhas tocando no banheiro. – ela fala me sufocando num abraço.
Meg: Eu vou voltar mãe, eu prometo.
Mãe T.: Está levando tudo direitinho, passaporte, dinheiro, celular?
Thalia: Sim mãe, está tudo aqui.
Mãe T.: Seja uma boa menina.
Thalia: Eu serei mãe... Prometo.
Mãe T.: É bom que seja mesmo. Não me faça passar vergonha.
Thalia: Mãe! – ela gritou horrorizada, sua mãe começou a rir.
Mãe T.: Estou brincando querida.
Thalia: Ah sim.
Mãe R.: Trouxe o lanche que eu preparei filha?
Rose: Sim mãe, tá tudo aqui – ela falou mostrando uma bolsa gigante, eu e a Thalia lançamos olhares de medo para a bolsa.
Mãe R.: Lembre-se de economizar na comida, o que eles servem no avião são raspas de lápis com sal e isopor.
Rose: Nem me fale.
Mãe R.: Me orgulho muito de você filha, dê o seu melhor!
Rose: Eu farei.
Mãe R.: Minha menininha corajosa.

Última chamada para o vôo com escala para Londres, portão 2.

Rose/Meg/Thalia: É agora.
            Seguramos nossas malas de mão mais forte, demos um último abraço nos nossos pais, nos nossos irmãos, nas nossas famílias. Olho para frente ansiosa, não pelo vôo, mas para este novo começo em minha vida. É a hora da virada.

Nos dirigimos ao portão de embarque quase correndo, entramos no avião com sorrisos de orelha a orelha, e ao mesmo tempo em que estávamos sorrindo as lágrimas encharcavam nosso rosto... Como eu sentiria saudade deles.

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